Nesta última semana, foi lançada a 16ª edição do Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil (ITB). Baseado nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2022, o ranking utiliza oito indicadores para avaliar os 100 municípios mais populosos do Brasil segundo três dimensões do saneamento básico. Os resultados obtidos ao longo dos anos permitem acompanhar a evolução do setor e destacam a persistente falta de acesso à água potável e coleta de esgoto, que ainda afeta cerca de 30 e milhões de pessoas, respectivamente.
Ranking do Saneamento – Dimensões e variáveis:
Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP) lideram o ranking, sendo os primeiros municípios a alcançar a pontuação máxima e a universalização do saneamento, definida pela Lei 14.026/2020 como 99% de acesso à água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto. Todas as vinte cidades mais bem colocadas estão nas regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste do Brasil, representadas, respectivamente, por 12, 5 e 3 cidades, com forte predominância dos estados de São Paulo e Paraná (9 e 5 cidades).
A distribuição das cidades onde o atendimento é mais precário, pelo contrário, é bem maior: os 20 municípios que apresentam os piores dados se se distribuem por todas as regiões do país – e suas condições são preocupantes. Em Porto Velho, capital da Rondônia e “lanterna” do ranking, pouco mais de 40% das pessoas têm acesso à água tratada, menos de 10% tem seu esgoto coletado e a o esgoto tratado antes de ser lançado no meio ambiente não chega a 2%. É notável que, das 20 cidades com pior qualificação, sete sejam capitais de estados das regiões Norte e Nordeste.
Para além dos indicadores de Atendimento, as informações são ao mesmo tempo alentadoras e causa de preocupação. Houve ganhos (ainda que modestos) nas três dimensões, mas os resultados ainda assim estão aquém do desejável. Um dos principais problemas está nas Perdas na Distribuição: apenas 14 dos municípios estão dentro da faixa considerada adequada (perdas inferiores a 25%), ao passo que 1/5 deles tem perdas superiores a 50%.