No próximo dia 5 de setembro será celebrado o Dia da Amazônia. Instituída pela Lei 11.621, de 19 de dezembro de 2007, a data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta. A definição de 5 de setembro faz alusão ao mesmo dia, no ano de 1850, em que o príncipe Dom Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas, atual Estado do Amazonas.
Distribuída por nove países da América do Sul – principalmente o Brasil, que abarca 60% de sua área –, a floresta amazônica é um pilar fundamental do equilíbrio ecológico planetário e representa um papel essencial no combate às mudanças climáticas por sua capacidade de geração de oxigênio e absorção de CO2. Sua biodiversidade abriga incontáveis espécies, muitas das quais ainda não descobertas, e tem vasto potencial para avanços científicos.
Para além de sua relevância ambiental, a Amazônia é a casa de comunidades tradicionais e indígenas que convivem com seu rico ecossistema há gerações, agindo como reserva de patrimônio cultural e conhecimento tradicional.
Entretanto, esse patrimônio inestimável se vê ameaçado pelo desflorestamento, pela expansão agropecuária e pela extração de recursos naturais. A ação humana e as mudanças climáticas têm levado a taxas alarmantes de perda de cobertura vegetal, ameaçando espécies e exacerbando o risco climático.
Taxas significativas de desmatamento na região começaram a surgir no século 19, durante o ciclo da borracha, e se intensificaram ao longo dos anos, atingindo níveis alarmantes a partir dos anos 1980. Mais recentemente, foram observados aumentos sucessivos das taxas anuais de perda de cobertura vegetal. A partir de 2023, a intensidade das queimadas e derrubadas tem se reduzido (66% de queda entre julho deste ano e o mesmo período no ano anterior), mas seus níveis permanecem historicamente elevados.
Esses dados se referem ao Brasil, mas encontram correspondência em outros territórios. Foi com isso em mente que se realizou, nos dias 8 e 9 de agosto, a Cúpula da Amazônia, que reuniu os chefes de Estado dos oito países cujo território abriga o bioma (Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Equador, Peru, Suriname e Venezuela) e representantes de outros países. O resultado final do encontro foi uma declaração conjunta que estabeleceu princípios e diretrizes voltados para a uniformização das abordagens nacionais sobre o tema e cooperação entre os países envolvidos para proteger a floresta amazônica. O documento não chega a definir metas quantitativas ou tomar medidas concretas – como a proibição da exploração de petróleo na região, por exemplo –, mas estabelece um marco compartilhado para o estabelecimento de políticas no futuro.
A preservação da Amazônia exige colaboração, práticas sustentáveis e consumo consciente. A sua importância supera fronteiras nacionais e ideológicas, uma vez que está intimamente relacionada à saúde do planeta. Proteger a Amazônia não é apenas uma necessidade ambiental, nem só uma obrigação moral, mas algo essencial para o futuro de todas as formas de vida existentes na Terra.