Festas juninas – Um brinde à Alegria

1 de junho de 2023

É sabido que a alma de um povo se mostra sobretudo  por meio de suas festas.

Em nosso país, a par das manifestações populares com danças, cantos, folguedos, a maioria herança do colonizador português mesclada aos poucos com a influência africana e a indígena — congada, festa do Senhor do Bonfim, folia de reis e tantas outras — têm destaque  as festas juninas, com as celebrações de Santo Antônio, São João e São Pedro, realizadas nos dias 13, 24 e 29 respectivamente. Sobretudo no Nordeste, são comemorações em que hoje se fomenta o turismo, com milhões de visitantes de todas as partes do País, merecendo já serem vistas como patrimônio cultural. 

É nítida, nessas festas, a presença do catolicismo  herdada de Portugal, por sua vez bebida nas  tradições populares existentes na Península Ibérica  já no século XVI.

Note-se, como curiosidade, que Antônio, João, Pedro são, ou já foram, entre os nomes dados aos nossos meninos, os mais comuns.  João e Pedro, nome também do maior número de príncipes e reis no tempo do Brasil colônia, foi, sem dúvida, a causa da sua enorme  divulgação e popularidade. Pedro, o menos cantado deles, além de ser no seu diminutivo um dos chamamentos  mais carinhosos- Pedrinho- é também nome de um dos mais famosos livros destinados à infância, As caçadas de Pedrinho, do sempre lido e comentado Monteiro Lobato.  Santo Antônio passa, com Francisco de Assis, como o santo mais venerado e popular  no mundo inteiro.  
São extraordinários os abismos culturais que levam o homem a ser o que é em determinado tempo. 

Tanto que nem o rigorismo dogmático da Igreja católica conseguiu deter a contaminação com o paganismo em muitas de suas manifestações, como mostra Juan G. Atienza com seu livro Os Santos Pagãos- Deuses de ontem, Santos de hoje.

Não é o caso  do que se dá com os santos das festas juninas, mas,  a despeito de sua singeleza, as festas dos três são uma firme confirmação de acúmulos e convivências  culturais que a Igreja teve que aceitar para  alimentar espiritualmente o homem nesta sua jornada.

São muitas as faces da cultura popular  nas festas juninas. E, relevantes em São  Paulo, há nelas uma valorização da cultura caipira, sobretudo nas suas comidas, da qual o ingrediente milho é sem dúvida o mais importante,  tanto que festa junina sem pipoca, canjica, pamonha, curau seria,  digamos, uma “festa anêmica”, sem desprezar a paçoca, o pinhão, o quentão, a batata – doce.

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