Dia do Pantanal

30 de novembro de 2021

Celebrado em 12 de novembro, o dia do Pantanal foi instituído pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e por lei estadual do MS em homenagem e referência à morte de Francisco Anselmo de Barros, ambientalista que dedicou a vida à defesa da preservação do bioma. Situado na Bacia do Alto Paraguai, o Pantanal se estende, majoritariamente, pelos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e por áreas no Paraguai e Bolívia. É considerado um complexo de ecossistemas com paisagens compostas por cerrados e cerradões, em alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos – e uma região de encontro entre Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Chaco e Bosque Seco Chiquitano –, constituindo, assim, uma riquíssima biodiversidade, que abrange, pelo menos, 3.500 espécies de plantas, 550 de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e 260 de peixes de água doce. Como habitat e nicho ecológico de uma ampla e variada gama da fauna e da flora, o Pantanal é responsável por uma série de serviços ecossistêmicos: desde a provisão de alimentos, servindo, inclusive, de berçário para inúmeras espécies de peixes de rios do Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, até a regulação do fluxo de inundações, e a própria regulação climática. Ante sua inequívoca importância ambiental, o Pantanal foi declarado Patrimônio Nacional, pela Constituição de 1988; Sítio Ramsar, em 1993; e Patrimônio Natural da HumanidadeeReservadaBiosfera, pela UNESCO, em 2000.

Não é difícil, portanto, depreender a magnitude das ameaças enfrentadas por este bioma – que é ao mesmo tempo o menor dos biomas brasileiros e a maior área úmida do planeta – e a extensão de suas consequências ambientais. Ainda são recentes as imagens amplamente difundidas pelos veículos de comunicação dos incêndios ocorridos no Pantanal em 2020. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, eles representaram um aumento de 121% em relação ao ano anterior, aliás, os focos de fogo então detectados foram em número recorde desde 1998, quando do início dos monitoramentos oficiais sobre as queimadas no território brasileiro. Gravidade corroborada pelo estudo, divulgado em setembro de 2021, da rede de pesquisadores do MapBiomas, que também processa e analisa imagens de satélite para criar séries históricas e mapeamentos de uso e cobertura de terra no país. Segundo dados deste levantamento, o Pantanal foi o bioma brasileiro que mais queimou nos últimos 36 anos, sendo as áreas de vegetação campestre e savanas as mais atingidas pelo fogo. O MapBiomas registrou ainda que a ação antrópica saltou 261% entre 1985 e 2020, verificando-se também uma redução de 29% da área coberta por água e campos alagados no período entre 1998 e 2018. Cabe ressaltar que tais estatísticas mostram os efeitos não só dos incêndios, mas de outras ameaças que compõem o “retrato” atual do Pantanal: secas mais prolongadas, advindas das mudanças climáticas e da crescente degradação do mau uso do solo e crescente desmatamento desordenado.

Fontes: https://observatoriopantanal.org/pantanal-brasileiro/
https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?80628/sistemas-de-prevencao-a-incendios-no-pantanal-devem-ser-fortalecidos
https://www.sospantanal.org.br/conheca-as-4-principais-ameacas-para-o-pantanal/
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2021/11/12/dia-do-pantanal-conheca-5-curiosidades-sobre-a-maior-planicie-alagavel-do-planeta.ghtml
https://www.terra.com.br/noticias/climatempo/dia-do-pantanal-patrimonio-natural-da-humanidade,35913294d4fcbb0d5e09a7b4e4dbabc02l0mmwi5.html

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