As florestas são essenciais para o bem-estar da humanidade e, mais do que isso, para o equilíbrio ecológico planetário, realizando funções fundamentais para a vida na Terra. Entre muitas outras tarefas, ajudam a regular o clima através da absorção de gás carbônico – além de produzirem oxigênio como parte do mesmo processo. Abrigam povos originários e suas culturas e saberes, além de vastas reservas de biodiversidade. Prestam os chamados serviços ecossistêmicos, que sustentam a atividade humana por meio de processos como a polinização e a dispersão de sementes. Preservam os recursos hídricos e ajudam a manter o ciclo da água. São fonte de recursos renováveis que, explorados de forma racional e sustentável, permanecerão disponíveis no futuro.
Ainda assim, nosso histórico coletivo de cuidado e atenção com esses biomas deixa a desejar. Por gerações, usufruímos das florestas como se fossem inesgotáveis e só muito recentemente entendemos sua fragilidade. Por isso é importante celebrar, como hoje fazemos, a proteção às florestas de todos os tipos, solidificando e ampliando a conscientização a respeito de sua importância, essencial para nossa existência.
Curupira e conscientização
Notável prova da consciência de preservação da natureza em nosso país é o Dia do Curupira, que se comemora também hoje, 17 de julho. A data não se atém apenas à lembrança desse “personagem” conhecidíssimo do folclore brasileiro, mas nos leva a refletir sobre como somos, em que acreditamos, como os mitos, sem que percebamos, também nos constroem a identidade.
“O mito é irreal, mas é realidade para quem nele crê “, comenta a estudiosa de folclore Maria de Lourdes Borges Ribeiro em seu estudo Folclore (MEC-FENAME-Bloch).
Citado com esse nome já desde o século 16, em várias regiões do país o curupira se confunde com o caapora, mas é o curupira que se coloca como o nosso mais importante mito, a maioria indígena (saci, mãe do ouro, caapora, iara, boiuna, boto, rei da mata e tantos outros). É bom lembrar que o lobisomem é europeu; o quimbungo, africano, como informa Maria de Lourdes Borges, que já citamos.
E como se apresenta esse mito?
O que comumente se informa é que o curupira é um anão forte e ágil de cabelos ruivos que possui os pés virados para trás.
Feio e amedrontador sim, mas, sobretudo neste século em que a preservação do ambiente se tornou necessidade inadiável, a comemoração do Dia do Curupira – conhecido por ser o guardião da floresta – tem sua parte – e importante – na conscientização, sobretudo do jovem, da urgência de resguardar nossas matas, salvar a água da poluição, manter limpo o ar e tantas outras necessidades para o nosso bem-estar e humana felicidade.
Este é o chão que temos. O curupira nos faz lembrar disso.
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