Relatório divulgado ontem, dia 9, pelo Copernicus – instituto europeu dedicado ao monitoramento planetário – demonstra que as temperaturas globais atingiram níveis inéditos em 2023, fazendo dele o ano mais quente jamais registrado, superando por ampla margem o recordista anterior, 2016. Os dados analisados revelaram tendências alarmantes e a superação de diversas marcas históricas, entre elas: o mês mais quente já registrado; a ocorrência de temperaturas 1,5°C superiores à média pré-industrial em quase 50% dos dias do ano; e a superação, por um breve período, de temperaturas globais diárias mais de 2°C acima dessa média.
Foram muitos os fatores que determinaram essa anomalia climática. A ocorrência do El Niño (fenômeno climático não antropogênico que eleva a temperatura das águas do Pacífico Sul) trouxe contribuição significativa para as elevadas temperaturas registradas, mas esteve longe de ser o único fator relevante. As temperaturas também se elevaram em diversas outras regiões oceânicas e terrestres do planeta, demonstrando o papel inegável da humanidade no processo que se verificou.
No ano passado, as concentrações de gases de efeito estufa atingiram seus níveis históricos máximos, com concentrações de dióxido de carbono de 419 ppm e concentrações de metano de 1902 ppb, 2,4 ppm mais elevadas do que no ano anterior para o dióxido de carbono e 11 ppb maiores para o metano.
Apesar de não excederem os limites específicos estabelecidos pelo Acordo de Paris (que não se refere a períodos breves, mas a intervalos de 20 anos com elevação consistente das temperaturas), as condições descritas no relatório sublinham a necessidade urgente de ação climática, como enfatizaram as condições climáticas extremas de 2023.
REFERÊNCIAS:
https://climate.copernicus.eu/copernicus-2023-hottest-year-record
https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/2023-foi-o-ano-mais-quente-da-historia-do-planetaafirma-o-observatorio-europeu-nprm/?utm_source=estadao:app&utm_medium=noticia:compartilhamento
