O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA acaba de divulgar o Emissions Gap Report 2023, um documento publicado anualmente em preparação para a COP que detalha a distância entre o compromisso de redução de emissões de gases do efeito estufa assumido pelos diversos países do mundo e a redução efetiva necessária para evitar os maiores impactos da mudança climática.
O relatório demonstra que, embora as emissões tenham se reduzido desde 2015, quando foi firmado o Acordo de Paris, o mundo permanece aquém das medidas necessárias para impedir que o aquecimento global fique abaixo de 2oC em relação à média pré-industrial. Em 2022, as emissões globais de GEE aumentaram 1,2% em relação ao ano anterior, estabelecendo um novo recorde. Este ano de 2023 foi o mais quente já registrado, apresentando eventos climáticos extremos que afetaram as vidas de pessoas em todo o mundo.
Essas emissões se distribuíram historicamente de maneira desigual entre os países, com a maior parte delas oriunda de países desenvolvidos. A distribuição também é heterogênea dentro de cada país, entre classes sociais e entre regiões internas.
Mantida a atual tendência, a humanidade não poderá evitar mudanças climáticas com consequências desastrosas. Para reduzir a lacuna entre a redução prometida e a necessária, os países deverão adotar metas mais ambiciosas de redução de suas emissões. Isso exigirá, entre outras medidas, reduzir enormemente a dependência de combustíveis fósseis e pôr em prática mecanismos efetivos de apoio aos países menos desenvolvidos para que possam continuar a aprimorar as condições de vida mais da sua população sem, com isso, elevar suas emissões atmosféricas.
Referências: https://wedocs.unep.org/bitstream/handle/20.500.11822/43922/EGR2023.pdf?sequence=3