O Dia Nacional da Mata Atlântica foi estabelecido por Decreto Presidencial em 21 de setembro de 1999 e é celebrado anualmente no Brasil em 27 de maio – a data da Carta de São Vicente, escrita pelo Padre Anchieta em 1560 e uma das primeiras descrições detalhadas do bioma.
A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos do mundo, estendendo-se ao longo da costa atlântica do Brasil, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, abrangendo, ainda, partes do Paraguai e da Argentina. Originalmente, cobria aproximadamente 1,3 milhão de quilômetros quadrados, mas restam apenas cerca de 12,4% de sua vegetação original – e apenas 8,5% em trechos significativos de floresta. Essas áreas remanescentes encontram-se fragmentadas em milhares de manchas isoladas devido ao desmatamento, urbanização, exploração de recursos naturais – a área da mata atlântica abriga 70% da população brasileira, o que a sujeita a enorme impacto da ação humana.
Essa fragmentação dificulta a conservação da biodiversidade, pois muitas espécies necessitam de grandes áreas contínuas para sobreviver. Entre as espécies destacam-se o pau-brasil, a onça-pintada e o mico-leão-dourado, além de outras. A perda de habitat continua a ameaçar muitas dessas espécies com extinção.
Diversas unidades de conservação, como parques nacionais e reservas biológicas, cobrem aproximadamente 10% da floresta remanescente, representando um papel crucial na sua proteção. Importante destacar que há iniciativas governamentais e não governamentais que trabalham para restaurar áreas degradadas e promover a conectividade entre os fragmentos florestais, enquanto programas como o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica visam a aumentar a área de floresta regenerada. Segundo os dados mais recentes do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, embora a área desmatada total tenha aumentado, a tendência se revela em queda, com diminuição de 42% das derrubadas em relação ao mesmo período no ano anterior.
Para garantir o futuro da Mata Atlântica, ações urgentes e eficazes são necessárias. Combater o desmatamento ilegal com políticas rigorosas de fiscalização e punição aos infratores é fundamental, assim como promover o desenvolvimento sustentável, incentivando atividades econômicas que preservem a floresta e garantam o bem-estar das comunidades locais e promovendo a educação e a conscientização sobre a importância de conservar esse bioma único. Iniciativas em todas essas frentes, juntamente com políticas públicas adequadas e investimento em pesquisas, tecnologias e ações de reflorestamento têm o potencial para proteger as áreas remanescentes, recuperar aquelas que se encontram degradadas e, gradualmente, reconectar fragmentos da Mata Atlântica.
REFERÊNCIAS:
https://www.ibflorestas.org.br/bioma-mata-atlantica
https://www.pactomataatlantica.org.br/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/dnn/anterior%20a%202000/1999/dnn8402.htm
https://www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_07.pdf
https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/2021/05/27-de-maio-dia-nacional-da-mata-atlantica/
https://www.sosma.org.br/noticias/comemore-o-dia-da-mata-atlantica-conosco
https://www.sosma.org.br/noticias/desmatamento-em-queda-na-mata-atlantica
https://www.tnc.org.br/sobre-a-tnc/onde-trabalhamos/mata-atlantica/