Lançado em julho passado, o estudo da UNICEF intitulado A Threat to Progress – Confronting the effects of climate change on child health and well-being (“Uma Ameaça ao progresso – Encarando os efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde e o bem-estar infantis”) revela que 466 milhões de crianças – ou uma em cada cinco globalmente –, vivem em regiões que enfrentam pelo menos o dobro de dias com altas temperatura. Esse aumento acentuado em dias com temperaturas acima de 35 graus Celsius é especialmente preocupante em países da África Ocidental e Central, que enfrentam os maiores períodos de calor extremo. Mali, Níger, Senegal, Sudão do Sul e Sudão são os países mais afetados passando mais de metade do ano em temperaturas intensas. Na América Latina, 47,9 milhões de crianças – 7,7 milhões delas no Brasil – estão expostas a essas condições igualmente severas.
O impacto desse calor extremo vai além do desconforto e representa sérios riscos à saúde infantil. Entre os problemas a ele associados estão complicações na gravidez, desnutrição, doenças relacionadas ao calor e maior vulnerabilidade a doenças infecciosas, como malária e dengue, entre outras. O estresse térmico prolongado também pode afetar o desenvolvimento neurológico e a saúde mental das crianças.
O relatório do UNICEF destaca a necessidade urgente de ações climáticas, especialmente à medida que os governos elaboram novos planos climáticos nacionais. O órgão pede uma redução nas emissões de gases de efeito estufa e adaptação dos serviços sociais para que protejam as crianças de forma adequada. Além disso, defende a capacitação das crianças para que possam se tornar defensores do meio ambiente no futuro.
Segundo Catherine Russell, Diretora Executiva do UNICEF, as crianças são especialmente vulneráveis ao calor extremo e os governos têm diante de sia uma oportunidade única de agir imediatamente para assegurar um ambiente seguro e saudável para as futuras gerações.
Referências: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/quase-meio-bilhao-de-criancas-vivem-em-areas-que-enfrentam-pelo-menos-dobro-dias-extremamente-quentes-em-comparacao-aos-seus-avoshttps://www.unicef.org/reports/threat-to-progress https://www.unicef.org/media/159341/file/A_Threat_to_Progress_2307.pdf
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