01editorial_JUNHO_2022
Andrea Santos

"Esses moços, pobres moços, ah se soubessem o que sei..."

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O intuito de aproveitar os meus 80 anos para trazer à tona o tema da maturidade não se reveste de nostalgia ou de um conservadorismo da minha parte de reivindicar  determinados comportamentos de um passado que não existe mais, ou de querer me colocar em uma posição vantajosa em relação às gerações mais jovens por ter vivido mais. Pelo contrário, meu objetivo é, a partir desse feito, destacar a importância  social dos mais velhos na sociedade e, obviamente, como parte ativa desse grupo etário, demonstrar, a partir da minha trajetória pessoal, o potencial que temos, ainda hoje, de estar no mundo contribuindo na medida do possível, e de também aprender, nos espaços em que circulamos, seja nos ambientes de trabalho, seja no seio das nossas famílias, em que pesem, em muitas situações, os sinais de “declínio” dos nossos corpos. 

Além disso, minha intenção é poder desfazer estigmas e preconceitos que pairam no Brasil sobre a população “madura”, de 50+, 60+, 70+, 80+, apesar de os estudos estatísticos existentes revelarem uma mudança no perfil demográfico da nossa população, apontando a tendência de envelhecimento. Apenas para se ter uma ideia, em 2018, o número de idosos no Brasil superou a marca dos 30,2 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios, de 2017, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Embora o aumento da expectativa de vida seja uma tendência mundial e decorra, entre outros fatores, das melhorias das condições de saúde, não há como “romantizar o tema”, desconsiderando, especialmente, as complexidades do nosso país e as dificuldades enfrentadas por esse grupo etário, enormemente acirradas no contexto da pandemia, e, como nos alerta a jornalista Daniela Chiaretti, quando, na matéria “Velhos e velhas: pauta que o ESG esqueceu”, publicada no jornal Valor em 20.04.2022, diz que “os mais velhos não estão na agenda ESG”, ou seja, “cabe gente de todas as raças, gêneros, orientações, credos e cores, desde que jovens”. 

Assim, com todas as expectativas que vêm sendo depositadas com a expansão da agenda ESG em nosso país, convém reforçar a importância de não deixar no esquecimento esse grupo e incluí-lo nas políticas de contratação das empresas e, como um de seus milhares de integrantes, que também têm a capacidade de dar voz a essa pauta, graças à possibilidade que o meu ofício me permite, faço questão de me colocar como um dos embaixadores dessa causa.

Ao destacar os famosos versos de Lupicínio Rodrigues no início deste texto, quis dar relevo à importância do diálogo intergeracional, pois, como sabemos, há diferentes formas de se experienciar o tempo vivido. 

Lamentavelmente, o nosso país tem um histórico de desrespeito e perseguição aos ativistas ambientais e, muito por isso, não podemos ficar indiferentes aos recentes acontecimentos que ocasionaram os assassinatos do indigenista e do jornalista inglês, nos solidarizando com suas famílias e amigos, e também renovando nossas expectativas para que novas realidades sejam possíveis na região do bioma amazônico, com vistas à construção de um ambiente de paz e sem conflitos.

O intuito de aproveitar os meus 80 anos para trazer à tona o tema da maturidade não se reveste de nostalgia ou de um conservadorismo da minha parte de reivindicar  determinados comportamentos de um passado que não existe mais, ou de querer me colocar em uma posição vantajosa em relação às gerações mais jovens por ter vivido mais. Pelo contrário, meu objetivo é, a partir desse feito, destacar a importância  social dos mais velhos na sociedade e, obviamente, como parte ativa desse grupo etário, demonstrar, a partir da minha trajetória pessoal, o potencial que temos, ainda hoje, de estar no mundo contribuindo na medida do possível, e de também aprender, nos espaços em que circulamos, seja nos ambientes de trabalho, seja no seio das nossas famílias, em que pesem, em muitas situações, os sinais de “declínio” dos nossos corpos. 

Além disso, minha intenção é poder desfazer estigmas e preconceitos que pairam no Brasil sobre a população “madura”, de 50+, 60+, 70+, 80+, apesar de os estudos estatísticos existentes revelarem uma mudança no perfil demográfico da nossa população, apontando a tendência de envelhecimento. Apenas para se ter uma ideia, em 2018, o número de idosos no Brasil superou a marca dos 30,2 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios, de 2017, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Embora o aumento da expectativa de vida seja uma tendência mundial e decorra, entre outros fatores, das melhorias das condições de saúde, não há como “romantizar o tema”, desconsiderando, especialmente, as complexidades do nosso país e as dificuldades enfrentadas por esse grupo etário, enormemente acirradas no contexto da pandemia, e, como nos alerta a jornalista Daniela Chiaretti, quando, na matéria “Velhos e velhas: pauta que o ESG esqueceu”, publicada no jornal Valor em 20.04.2022, diz que “os mais velhos não estão na agenda ESG”, ou seja, “cabe gente de todas as raças, gêneros, orientações, credos e cores, desde que jovens”. 

Assim, com todas as expectativas que vêm sendo depositadas com a expansão da agenda ESG em nosso país, convém reforçar a importância de não deixar no esquecimento esse grupo e incluí-lo nas políticas de contratação das empresas e, como um de seus milhares de integrantes, que também têm a capacidade de dar voz a essa pauta, graças à possibilidade que o meu ofício me permite, faço questão de me colocar como um dos embaixadores dessa causa.

Ao destacar os famosos versos de Lupicínio Rodrigues no início deste texto, quis dar relevo à importância do diálogo intergeracional, pois, como sabemos, há diferentes formas de se experienciar o tempo vivido. 

Lamentavelmente, o nosso país tem um histórico de desrespeito e perseguição aos ativistas ambientais e, muito por isso, não podemos ficar indiferentes aos recentes acontecimentos que ocasionaram os assassinatos do indigenista e do jornalista inglês, nos solidarizando com suas famílias e amigos, e também renovando nossas expectativas para que novas realidades sejam possíveis na região do bioma amazônico, com vistas à construção de um ambiente de paz e sem conflitos.

Édis Milaré

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